sexta-feira, 22 de agosto de 2008



eu acordei essa tarde e tive que esfregar os olhos com muita força pra acreditar. escutando o barulho dos cilhos presos nas palpebras, atropelando uns aos outros contra os dedos. esfreguei mais uma vez. escutava o barulho e pensava que quando abrir os olhos não vai mais estar lá, na minha frente. sentada no canto de fumar, do lado do guarda-chuva, eu vi.. por um segundo eu vi..

vc ali, deitado com os olhos baixos. tentando não durmir pra não perder o assunto. me ouvindo falar, com preguiça de responder, piscando devagar, os braços mal encaixados na textura do lençol da cama! metade sonhando, metade acordado, imapassível. contornado pela luz forte do sol das 3..

os cilhos ganharam a briga e ainda estavam lá, axaustos e silenciosos agora, quando abri os olhos, vc tinha sumido. foi só um segundo, mas juro que vi. senti até o gosto.. por um instante mais. serviu pra acender a saudade no meu coração tão apertado no espaço de depois.. uma eternidade de espaço..

uma eternidade de depois..
essa falta compõe esse amor mal composto. a minha ideia de amor, e de má composição. amor desconstruído. queria te encontrar no piauí, e rir da reação das pessoas diante do personagem que amou demais.. divirta-se amor!

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